terça-feira, 9 de julho de 2013

Whiskeys não apenas acompanham pratos como podem fazer parte deles

O whiskey não é só apreciado como bebida, mas também na gastronomia, tanto como acompanhamento para alguns pratos, como inserido na própria receita culinária. Nem todo mundo concorda com nisso, de agregar a bebida proveniente da destilação de grãos, incluindo, geralmente, o malte, e envelhecida em barris, à culinária. Mas quem já aderiu a esta combinação pode encontrar os mais deliciosos pratos, desde carnes, principalmente, os peixes, às mais sofisticadas sobremesas.

No entanto, existem alguns critérios na hora de incluir o whiskey na culinária. O mesmo vale para os drinks com whiskey. Segundo especialistas no assunto, os sabores que emergem do whiskey são de arenque defumado, cavala apimentada, bacon, ervilha, doce de maçã e crème brûlée. Por isso, entre algumas das regras, o whiskey aromático cai bem com pratos vigorosos, com foie gras, pato, boi, alho-poro, gengibre, canela, uva passa e figo.

Enquanto isso, o whiskey single malt, produzido com malte puro e mais jovem, é ideal para integrar receitas de pratos leves, que tenham, inclusive, salmão, truta, crustáceos, alcachofra, erva-doce, manjericão, coentro e amora. Se a carne for defumada, nada melhor do que o whiskey mais maltado e adocicado.

No entanto, são os single malts os que mais combinam com a gastronomia. Os gourmets, que conhecem melhor do que ninguém as maneiras ideais de usar a bebida na culinária, alertam que, ao contrário de muitas receitas em que se flamba o prato com whiskey, a técnica – que consiste em despejar a bebida em chamas sobre os ingredientes, não é a mais adequada. Para adicionar a bebida ao prato, sem retirar a maior parte dos seus aromas, deve-se pincelar o alimento com uma mistura de azeite e whiskey, antes de cozinhar, no caso de filés de salmão ou carne.

Se a receita refere-se a um bolo, o melhor é pincelá-lo com a mesma mistura, logo após sair do forno e antes de colocar cobertura. Caso o prato for vieiras ou lagostins, o indicado é despejar uma mistura de whiskey com limão por cima, assim, o suco do alimento não vai se perder. Mas se a ideia for marinar frutos do mar ou carnes, é preciso que permaneça, no máximo, durante 15 minutos. Além disso, a bebida pode ser utilizada como tempero final, no último minuto do cozimento.

Entre alguns dos famosos pratos em que se utiliza o whiskey, o escocês haggis – um prato à base de miúdos de carneiro, deve receber uma dose da bebida por cima, depois de pronto. Nesta receita, o aconselhável é usar o whiskey blend colorido ou um malte jovem.  No entanto, não é apenas na Escócia onde se preparam deliciosos pratos com esta bebida. A culinária japonesa também tem os seus méritos, sabendo combinar muito bem o sushi e/ou sashimi com whiskey resfriado. Neste caso, pode-se, ainda, fazer uso das marcas japonesas, inclusive, de blend frutados, single malts mentolados e maltados.

Assim, os whiskeys que exaltam notas de framboesas, avelã, doce de leite, frutas cítricas, chocolate e tabaco preparam receitas deliciosas, como o Karasumi Daikon – ovas de tainha ao saquê servido do jeito tradicional, com lâminas crocantes de nabo, e Usuzukuri – delicadas fatias de peixe branco servido ao molho ponzu, yusu e azeite extravirgem. Outras receitas são o Sushi de tarako – dupla de sushi de ovas de bacalhau e gema de ovo de codorna, Shake no Saikyo Yaki – salmão marinado no missô e levemente grelhado, e o Ebi Fry – camarão crocante ao molho tonkatsu, entre outros.

Os whiskeys não deixam de ser ecléticos, uma vez que combinam também com queijos e outras especiarias. Desta forma, são perfeitas companhias para determinados tipos de queijos, como os curados, ou seja, os maturados, como Brie e o Camembert, que casam perfeitamente com whiskeys de sabor maltado. Já os chamados queijos azuis, como o Gorgonzola, o Roquefort e o Stilton, não se acertam com o wihskey, pois têm sabores mais fortes.

Outra combinação que dá muito certo é o whiskey com castanhas, o mesmo é possível dizer do damasco e do aspargo, sendo complementos ideais na maioria dos pratos que recebe uma dose da bebida. Além dos bombons de chocolate que recebem whiskey, outras sobremesas caem perfeitamente com a bebida, como é o caso do Cranachan, uma sobremesa tradicional escocesa, que é feita a partir de uma mistura de nata batida, mel e framboesas frescas, além do whiskey. Bastante sofisticada, é servida, inclusive, em eventos especiais.

No caso dos peixes, Camarões marinados no whiskey é uma receita bastante requintada. Para tanto, é necessário um quilo de camarões selvagens, oito dentes de alho, 50 gramas de margarina, seis colheres de sopa de óleo, duas colheres de sopa de whiskey, sumo de limão, sal e piripiri em pó. Para preparar, basta abrir os camarões pela parte dorsal, retirar a tripa negra e espalmar.

À parte, é necessário misturar o óleo com o whiskey e temperar com piripiri e sal. Depois, pincelar os camarões com a mistura e deixar marinar algumas horas no refrigerador para os temperos serem absorvidos. Após esmagar e fritar os alhos em uma frigideira larga com a margarina, é preciso juntar os camarões abertos e deixar fritar de ambos os lados. Quando estiverem prontos, regar com bastante sumo de limão.

Outra deliciosa receita, em que se une ao peixe a bebida, é o Bacalhau marinado em whiskey. Para tanto, são necessárias 800 gramas de bacalhau sem pele, 50 mililitros de leite, dois iogurtes, 12 mililitros de whiskey, pimenta a gosto, 80 gramas de manteiga, sumo de um limão, uma colher de sopa de salsa picada e um quilo de batatas. Para preparar, é necessário fazer a marinada de bacalhau dois dias antes. Para tanto, o peixe deve ser branco, macio e o mais grosso possível. As medidas desta receita rendem um prato para seis pessoas.

Em relação às bebidas, muitos drinks podem levar whiskey. Mas uma das bebidas mais deliciosas é o irish coffee, que deve ser feito com café forte e adoçado, chantilly consistente e whiskey. Para este e outros coquetéis, as bebidas mais indicadas são o wiskhey americano e o irlandês, porque são mais doces.


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