Entre os esportes radicais,
dois são bastante apreciados e aparentemente muito parecidos. Tanto o surf
quanto o bodyboarding possuem uma legião de praticantes, em todo o mundo, mas
as suas diferenças vão além da forma de ‘pegar onda’.
Para entender a diferença, é
importante saber o que é cada esporte. O surf é uma prática desportiva
marítima, onde o atleta tem o objetivo de fazer manobras com maiores grau de
dificuldade, ao acompanhar o movimento de uma onda, em pé na prancha. Já o bodyboard é um desporto em que o atleta deve
descer a onda deitado ou de joelhos, em cima da
prancha.
Diferenças na origem do surf
e do bodyboarding.
Não é apenas a prática do
esporte em si que possui diferenças, mas também a sua história. Uma das teorias
afirma que o surf tem como berço a ilha de Unos, no Peru, há aproximadamente 450
anos, quando os seus habitantes desafiavam o mar em balsas feitas de um
material semelhante à palha. Para tanto, os pescadores ficavam de pé em cima
das balsas e direcionavam-se com a ajuda de remos, em direção à praia, na volta
do trabalho.
Entretanto, outros indícios
remetem a origem do surf às Ilhas Polinésias, localizadas no Oceano Pacífico sul, aproximadamente 600 km do leste da Austrália. Neste sentido, alguns pesquisadores
afirmam que os povos dessas ilhas também dependiam do mar para o seu sustento,
mas era usado ainda para o divertimento. Em um desses momentos de lazer, de
equilíbrio em cima de um tronco no mar, se criou o surf, há cerca de 1500 anos. Mais tarde, esse mesmo povo teria
chego ao Havaí, levando o esporte. Diz-se ainda que os conquistadores ingleses
em expedição conheceram o esporte e difundiram pela Europa.
No entanto, o que era considerado
pelos nativos das ilhas uma cerimônia religiosa, foi tido como imoral pelos
missionários europeus, em 1821. Assim, a prática foi temporariamente esquecida,
até ser resgatada pelo surfista George Freeth, em 1907. Mas foi o surfista Duke
Kahanamoku quem o popularizou pelo mundo, ao praticar o surf em diferentes
competições, sendo considerado o Pai do Surfe Moderno. Aliás, em algumas
biografias o título de pai do esporte é dado a George Freeth.
Assim
como o surf, acredita-se que o bodyboarding também tenha o registo de suas primeiras
práticas no Havaí, onde era conhecida como paipo-board. No entanto, a sua
origem tem outra história para contar. O paipo, por volta do século 15, era uma
prancha de madeira que permitia deslizar pelas ondas. Para se diferenciarem da
plebe, os reis do Havaí usavam troncos de madeira para poderem surfar em pé,
sendo que a população devia continuar surfando deitada, nos paipos.
Foi só em 1971, que o
engenheiro e surfista Tom Morev aprimorou o paipo dos nativos havaianos e produziu
a primeira prancha de polietileno, apelidando-a de morey boogie. O americano
voltou para o seu país e lá começou a fabricar as suas pranchas, que obtiveram
muito sucesso, a ponto de uma empresa multinacional americana comprar os
direitos de produção, iniciando uma fabricação em grande escala.
Na prática, a diferença entre
o surf
e o bodyboarding
Apesar do bodyboarding ter
surgido a partir do surf, a principal diferença entre os dois desportos se
concentra na prancha usada em cada atividade. A prancha de bodyboarding foi
feita para surfar deitado. Por isso, não possui quilhe e deck como as pranchas
de surf, por consequência, não exige a utilização de parafina. Além disso, a prancha
de surf conta com um formato diferente, tanto no bico, como na rabeta.
Outra diferença está no modo
como o praticante se posiciona, enquanto o atleta do bodyboarding desce a onda
deitado ou de joelhos e, por isso, costuma usar as nadadeiras ou barbatanas, popularmente
conhecidas como ‘pés de pato’, que ajudam a entrar na onda, o surf não exige
acessórios. E, ao contrário do outro, as manobras são feitas em pé, com o peso
do corpo mais distribuído para trás, evidenciando a capacidade de equilíbrio do
atleta.
O tamanho da prancha de
bodyboarding também é menor, permitindo que ela seja mais fácil de manobrar. Os
bodyboarders podem girar as pranchas e desenvolver movimentos aéreos, incluindo
voltas de 360°. Além disso, a sensação que o esporte proporciona é diferente. Enquanto
o surfista apenas sente a água passar sobre os pés, deslizando sobre as ondas, os
bodyboarders conseguem sentir realmente a onda. Por ser aparentemente mais
fácil, pois não exige tanto equilíbrio do praticante, o bodyboarding se
popularizou bastante nas últimas décadas.
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