segunda-feira, 1 de julho de 2013

Bodyboard e surf se diferem principalmente pela prancha utilizada

Ambos os esportes são modalidades de atividades radicais, onde o mar é o cenário para manobras, equilíbrio e muita preparação física

Entre os esportes radicais, dois são bastante apreciados e aparentemente muito parecidos. Tanto o surf quanto o bodyboarding possuem uma legião de praticantes, em todo o mundo, mas as suas diferenças vão além da forma de ‘pegar onda’.

Para entender a diferença, é importante saber o que é cada esporte. O surf é uma prática desportiva marítima, onde o atleta tem o objetivo de fazer manobras com maiores grau de dificuldade, ao acompanhar o movimento de uma onda, em pé na prancha. Já o bodyboard é um desporto em que o atleta deve descer a onda deitado ou de joelhos, em cima da prancha.
Diferenças na origem do surf e do bodyboarding.

Não é apenas a prática do esporte em si que possui diferenças, mas também a sua história. Uma das teorias afirma que o surf tem como berço a ilha de Unos, no Peru, há aproximadamente 450 anos, quando os seus habitantes desafiavam o mar em balsas feitas de um material semelhante à palha. Para tanto, os pescadores ficavam de pé em cima das balsas e direcionavam-se com a ajuda de remos, em direção à praia, na volta do trabalho.

Entretanto, outros indícios remetem a origem do surf às Ilhas Polinésias, localizadas no Oceano Pacífico sul, aproximadamente 600 km do leste da Austrália. Neste sentido, alguns pesquisadores afirmam que os povos dessas ilhas também dependiam do mar para o seu sustento, mas era usado ainda para o divertimento. Em um desses momentos de lazer, de equilíbrio em cima de um tronco no mar, se criou o surf, há cerca de 1500 anos. Mais tarde, esse mesmo povo teria chego ao Havaí, levando o esporte. Diz-se ainda que os conquistadores ingleses em expedição conheceram o esporte e difundiram pela Europa.

No entanto, o que era considerado pelos nativos das ilhas uma cerimônia religiosa, foi tido como imoral pelos missionários europeus, em 1821. Assim, a prática foi temporariamente esquecida, até ser resgatada pelo surfista George Freeth, em 1907. Mas foi o surfista Duke Kahanamoku quem o popularizou pelo mundo, ao praticar o surf em diferentes competições, sendo considerado o Pai do Surfe Moderno. Aliás, em algumas biografias o título de pai do esporte é dado a George Freeth.

Assim como o surf, acredita-se que o bodyboarding também tenha o registo de suas primeiras práticas no Havaí, onde era conhecida como paipo-board. No entanto, a sua origem tem outra história para contar. O paipo, por volta do século 15, era uma prancha de madeira que permitia deslizar pelas ondas. Para se diferenciarem da plebe, os reis do Havaí usavam troncos de madeira para poderem surfar em pé, sendo que a população devia continuar surfando deitada, nos paipos.

Foi só em 1971, que o engenheiro e surfista Tom Morev aprimorou o paipo dos nativos havaianos e produziu a primeira prancha de polietileno, apelidando-a de morey boogie. O americano voltou para o seu país e lá começou a fabricar as suas pranchas, que obtiveram muito sucesso, a ponto de uma empresa multinacional americana comprar os direitos de produção, iniciando uma fabricação em grande escala.

Na prática, a diferença entre o surf e o bodyboarding

Apesar do bodyboarding ter surgido a partir do surf, a principal diferença entre os dois desportos se concentra na prancha usada em cada atividade. A prancha de bodyboarding foi feita para surfar deitado. Por isso, não possui quilhe e deck como as pranchas de surf, por consequência, não exige a utilização de parafina. Além disso, a prancha de surf conta com um formato diferente, tanto no bico, como na rabeta.

Outra diferença está no modo como o praticante se posiciona, enquanto o atleta do bodyboarding desce a onda deitado ou de joelhos e, por isso, costuma usar as nadadeiras ou barbatanas, popularmente conhecidas como ‘pés de pato’, que ajudam a entrar na onda, o surf não exige acessórios. E, ao contrário do outro, as manobras são feitas em pé, com o peso do corpo mais distribuído para trás, evidenciando a capacidade de equilíbrio do atleta.


O tamanho da prancha de bodyboarding também é menor, permitindo que ela seja mais fácil de manobrar. Os bodyboarders podem girar as pranchas e desenvolver movimentos aéreos, incluindo voltas de 360°. Além disso, a sensação que o esporte proporciona é diferente. Enquanto o surfista apenas sente a água passar sobre os pés, deslizando sobre as ondas, os bodyboarders conseguem sentir realmente a onda. Por ser aparentemente mais fácil, pois não exige tanto equilíbrio do praticante, o bodyboarding se popularizou bastante nas últimas décadas.

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