
O alpinismo é considerado um dos desportos radicais que mais exige do
praticante uma série de conhecimentos, seja de orientação, meteorologia,
primeiros socorros, equipamento, bem como uma boa condição física e experiência
em montanhismo. Tal exigência se deve, em parte, porque o alpinismo é o desporto
praticado nas condições mais adversas, em geral, em um ambiente hostil, devido
as altitudes acima dos 6 mil metros, o que o torna um lugar prejudicial para
algumas pessoas, que se veem no limite de suas capacidades.
Às grandes altitudes estão associados os maiores problemas enfrentados
pelos atletas, como baixas temperaturas, rarefação do ar e pressão atmosférica.
Porém, tudo isso não é confrontado à toa, uma vez que os riscos do alpinismo
são proporcionalmente iguais à satisfação de quem realizada este esporte
radical.
Atualmente, o alpinismo é realizado através de ascensões em montanha ou
por escalada em gelo. A primeira tem como objetivo conquistar as montanhas,
meta esta que é alcançada quando o esportista chega ao seu topo. Já a escalada
em gelo é praticada com o objetivo de desfrutar da própria atividade.
Riscos subjetivos e riscos objetivos no alpinismo
Os alpinistas costuma dividir os riscos da prática do esporte em duas
categorias: os perigos subjetivos e os perigos objetivos. Os riscos subjetivos,
segundo os praticantes, dizem respeito às situações problemáticas em que o
alpinista tem algum tipo de controle, como por exemplo, a fixação correta de um
pitão no gelo para que ele suporte o peso do esportista. Ou seja, torna-se um
perigo caso o alpinista não faça o uso adequado do seu equipamento.
O risco objetivo, entretanto, refere-se às situações em que o atleta
não possui nenhuma influência no que está causando o perigo. Neste caso, estão
situações como a quedas de rochas, relâmpagos, avalanches, entre outros. O
efeito dos perigosos objetivos é minimizado com a experiência do alpinista, mas
não tem como ele controlar o problema.
Perigos objetivos mais comuns no alpinismo
Existem, ainda, uma infinidade de outras situações de risco objetivo que
podem prejudicar o desempenho do alpinista e se tornar, inclusive, um perigo a
sua saúde. A grande latitude, por exemplo, provoca uma série de modificações no
organismo das pessoas que não estão adaptadas a esse ambiente. Assim, pode
acontecer de quem dorme em grande altitude, sem ter o costume, ter o cérebro enganado
pela baixa pressão atmosférica, que vai parar de sinalizar ao corpo a
necessidade de continuar respirando.
Esse efeito é chamado de respiração de Cheyne-Stokes, que não chega a
matar uma pessoa. No entanto, outras duas situações semelhantes podem ser
fatais, levando o alpinista a morrer em menos de 24 horas. Uma delas é quando a
pressão de ar é reduzida subitamente provocando a liberação de grandes
quantidades de água no corpo, que enchem os pulmões até a morte por afogamento
interno, o chamado edema pulmonar. Esse efeito pode também encher o cérebro,
edema cerebral, e em ambos os casos não se sabe o porquê da pressão liberar a
água no organismo.
Como evitar ou passar pelos riscos objetivos do alpinismo
No entanto, caso a pessoa que estiver sofrendo o edema possa descer até
altitudes mais baixas, os sintomas desaparecem, mas devido à rapidez com que o problema
se alastre, nem sempre é possível chegar a tempo em outro local. No entanto,
alguns remédios podem diminuir esse efeito da pressão. Além disso, a experiência
do atleta não é o bastante, pois esse problema já vitimou alpinistas novatos e
veteranos.
Em relação a este risco, o que os alpinistas podem fazer para evitá-lo,
caso não tenham nascido e crescido em grandes altitudes, é suplementar de
maneira artificial a respiração com oxigênio, que pode ser facilmente armazenado
em pequenas garrafas transportadas na mochila. Esse suprimento extra de
oxigênio permite ao esportista sentir como se estivesse 2000 metros mais abaixo.
Ou seja, se uma alpinista estiver no Everest, a 8.900 metros de altitude, o seu
corpo iria sentir a pressão de apenas 6.900 metros. Mesmo que aparentemente
essa diferença pareça pouca, o oxigênio extra pode ajudar em muito.
No entanto, o equipamento de respiração pode congelar ou falhar. Por
isso, muitos alpinistas optam por não usar o oxigênio artificial e, neste caso,
não praticar o desporto em lugares que extrapolam a sua capacidade
respiratória.
Como ultrapassar os perigos subjetivos do alpinismo
Já em relação aos riscos tidos como objetivos, cabe ao alpinista
adquirir todo o conhecimento necessário para que possa praticar o esporte com
segurança. Caso o atleta seja novato no esporte, é indicado que nunca faça o
alpinismo sozinho ou em grupos que também não possuam muita experiência. Em
geral, os lugares comuns para praticar o alpinismo possuem guias para ajudar no
trajeto a ser feito.
O equipamento que o alpinista carrega também vai fazer toda a diferença
para que possa evitar os riscos subjetivos. Entre os apetrechos de primeira
necessidade estão cordas, óculos de glaciar, botas de neve, saco cama, casaco
de penas, impermeável, tenda de alta-montanha, luvas, mini fogão e outros.
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