segunda-feira, 1 de julho de 2013

Com origens bastante próximas, valsa vienense e valsa inglesa diferenciam-se em relação ao ritmo da dança

A dança é uma manifestação artista que tem sua origem em tempos remotos, quando era dançada, principalmente, para comemorar ocasiões importantes. Hoje, também se dança em eventos festivos, mas elas não são o único motivo para se dançar. Os estilos desta arte são inúmeros e os tipos de danças mais antigas, ainda, continuam a motivar pares a se balançar juntos, na atualidade. Um desses exemplos é a valsa, que se popularizou, principalmente, nas festas de debutantes.

A valsa é considerada uma dança clássica, apesar de sua origem campestre, que tem na Alemanha e na Áustria os seus países de nascimento. Ela surgiu no século XIX, inspirada em outros dois estilos, o minueto, no qual os pares ficam separados, e o laendler, uma dança campestre alemã. Já a palavra ‘valsa’, também tem sua origem na Alemanha, onde ‘waltzen’ significa ‘dar voltas’ ou ‘deslizar’.

Em Paris, a valsa vienense foi introduzida em 1775. Mas, enquanto isso, a valsa que teve origem na Áustria já ia se disseminando por outros países e recebendo elementos que a diferenciariam da valsa original. É o caso da chamada valsa inglesa, que era dançada nas cortes da Europa, no início do século XVIII. A sua diferença básica, é o ritmo, que é mais lento. Essa variação ganhou notoriedade após a primeira Guerra Mundial, em Boston.

Para entender melhor a diferença de ambas as valsas, é preciso entender que essa dança possui um compasso ternário, isto é, possui três tempos, sendo o primeiro forte e os outros dois fracos. Além disso, a dança tem como construção coreógrafa um esquema em diagonal, que tem como resultado uma progressão suave e leve em volta da pista de dança no sentido anti-horário.

A diferença entre a valsa vienense e a valsa inglesa fica por conta justamente do seu tempo. Enquanto a vienense possui 60 compassos por minuto e um compasso ternário três quartos, ou seja, três batidas num compasso, a inglesa tem um ritmo mais lento e que foi diminuindo, ainda mais, com o passar dos anos, porém, mantem o mesmo compasso.

A valsa inglesa também é chamada de valsa lenta e isso tem um porque, que é motivar a incorporação de mais movimentos entre os passos, os quais precisam ser interpretados e não feitos automaticamente. Além disso, o ritmo mais lento permite, também, que os pés dos dançarinos fiquem mais distantes e, desta forma, consigam dar passos maiores.

Especialistas afirmam que a valsa, de uma forma geral, tem como característica a antecipação inesperada do acompanhamento na segunda parte do compasso. Também se diz que a valsa é uma dança com ondulações graciosas, porém, com rápidas alterações da velocidade do corpo.

Desta forma, os dançarinos se movimentam com uma forte oscilação do corpo, no primeiro tempo de cada compasso. Depois, os dançarinos fazem movimentos de vaivém na direção do centro das rotações. Nesta hora, o casal também se eleva nas pontas dos pés, ao longo do segundo e do terceiro compassos. A isso, acrescenta-se um passo a cada batida rítmica.

O curioso em relação à história que deu origem à valsa, é que ela era vista como uma dança vulgar, e mesmo imoral, no julgamento das classes mais altas e da aristocracia. Por isso, na época, a valsa foi proibida na corte alemã e em partes da Inglaterra. Em contrapartida, as classes populares dançavam, cada vez mais, a valsa.

Mas foi quando aconteceu o Congresso de Viena, na Áustria, em 1815, que o caminho da valsa tomou novo rumo. Na ocasião, motivada pela derrota de Napoleão Bonaparte, e que teve o pretexto de reunir toda a nobreza e os políticos de diversos países, para restabelecerem os laços entre os países europeus, a valsa foi introduzida no país. Naquele momento, o mérito foi do músico austríaco Sigismund Neukomm, no entanto, logo a dança se proliferou pelos demais países europeus. A partir de então, foi criada, inclusive, a valsa inglesa.

Na atualidade, o vienense Johann Strauss II é considerado o maior compositor de valsas de todos os tempos. Também conhecido como o ‘rei das valsas’, coleciona um grande repertório de obras primas, entre elas, destaca-se o Danúbio Azul. No entanto, existem outros nomes bastante famosos e também reconhecidos como grandes compositores de valsas, como é o caso dos artistas Weber, Ravel, Chopin e Brahms.

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