A valsa é considerada uma dança clássica, apesar de sua origem
campestre, que tem na Alemanha e na Áustria os seus países de nascimento. Ela
surgiu no século XIX, inspirada em outros dois estilos, o minueto, no qual os
pares ficam separados, e o laendler, uma dança campestre alemã. Já a palavra
‘valsa’, também tem sua origem na Alemanha, onde ‘waltzen’ significa ‘dar voltas’
ou ‘deslizar’.

Para entender melhor a diferença de ambas as valsas, é preciso entender
que essa dança possui um compasso ternário, isto é, possui três tempos, sendo o
primeiro forte e os outros dois fracos. Além disso, a dança tem como construção
coreógrafa um esquema em diagonal, que tem como resultado uma progressão suave
e leve em volta da pista de dança no sentido anti-horário.
A diferença entre a valsa vienense e a valsa inglesa fica por conta
justamente do seu tempo. Enquanto a vienense possui 60 compassos por minuto e um
compasso ternário três quartos, ou seja, três batidas num compasso, a inglesa
tem um ritmo mais lento e que foi diminuindo, ainda mais, com o passar dos
anos, porém, mantem o mesmo compasso.
A valsa inglesa também é chamada de valsa lenta e isso tem um porque,
que é motivar a incorporação de mais movimentos entre os passos, os quais
precisam ser interpretados e não feitos automaticamente. Além disso, o ritmo
mais lento permite, também, que os pés dos dançarinos fiquem mais distantes e,
desta forma, consigam dar passos maiores.
Especialistas afirmam que a valsa, de uma forma geral, tem como
característica a antecipação inesperada do acompanhamento na segunda parte do
compasso. Também se diz que a valsa é uma dança com ondulações graciosas,
porém, com rápidas alterações da velocidade do corpo.
Desta forma, os dançarinos se movimentam com uma forte oscilação do
corpo, no primeiro tempo de cada compasso. Depois, os dançarinos fazem
movimentos de vaivém na direção do centro das rotações. Nesta hora, o casal
também se eleva nas pontas dos pés, ao longo do segundo e do terceiro
compassos. A isso, acrescenta-se um passo a cada batida rítmica.
O curioso em relação à história que deu origem à valsa, é que ela era
vista como uma dança vulgar, e mesmo imoral, no julgamento das classes mais
altas e da aristocracia. Por isso, na época, a valsa foi proibida na corte
alemã e em partes da Inglaterra. Em contrapartida, as classes populares
dançavam, cada vez mais, a valsa.
Mas foi quando aconteceu o Congresso de Viena, na Áustria, em 1815, que
o caminho da valsa tomou novo rumo. Na ocasião, motivada pela derrota de Napoleão
Bonaparte, e que teve o pretexto de reunir toda a nobreza e os políticos de
diversos países, para restabelecerem os laços entre os países europeus, a valsa
foi introduzida no país. Naquele momento, o mérito foi do músico austríaco Sigismund Neukomm, no
entanto, logo a dança se proliferou pelos demais países europeus. A partir de
então, foi criada, inclusive, a valsa inglesa.
Na atualidade, o vienense Johann Strauss II é considerado o maior compositor
de valsas de todos os tempos. Também conhecido como o ‘rei das valsas’,
coleciona um grande repertório de obras primas, entre elas, destaca-se o
Danúbio Azul. No entanto, existem outros nomes bastante famosos e também
reconhecidos como grandes compositores de valsas, como é o caso dos artistas Weber,
Ravel, Chopin e Brahms.
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